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“Dinheiro pra mim não tem valor, quanto mais uma mixaria dessas”, diz ex-presidente de conselho escolar em Pedra Lavrada

Por Anderson Eliziário

O ex-presidente do conselho ativo da escola estadual Graciliano Fonti Lordão, em Pedra Lavrada, Seridó paraibano, Edivaldo Januário usou seu perfil no facebook, na tarde deste sábado (23), para repudiar as acusações que estão sendo atribuídas a ele e a gestora escolar Luzia Helena Dantas de estarem envolvidos nos desvios dos recursos da merenda escolar confirmados pela gestora Luzia Helena a REDE SERIDÓ PARAÍBA.

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Em sua publicação no Facebook, Edivaldo sustenta que não participou de desvios financeiros na escola estadual e que a justiça terá que provar o seu envolvimento no caso.

Edivaldo atesta que é de família pobre, mas que não possuem ganancia por dinheiro e que nunca foi acusado por roubo e ainda destaca que dinheiro para ele “não tem valor de nada, nem que fosse muito dinheiro quanto mais uma mixaria dessas”.

Edivaldo Januario confirma na publicação que confiou na coordenadora administrativa financeira (CAF) Séfora Maria Porto de Sousa e que, assim como a gestora Luzia Helena, se sente lesado pela CAF.

Confira a publicação:

 

“Eu quero que a justiça prove que haja envolvimento meu nessa vergonhosa fraude da coordenadora da CAF Séfora Porto. Graças a Deus nossa família é pobre, mas, não temos ganância por dinheiro e nunca fomos acusados de roubo nenhum. Dinheiro pra mim não tem valor de nada, nem que fosse muito dinheiro quanto mais uma mixaria dessas. O que me importa é a minha consciência e a minha dignidade moral. Apenas confiamos em alguém que não merecia e quando demos conta, já tínhamos sido lesados. Pra que tenham uma ideia, quem descobriu foi à própria Luzia através dos fornecedores, através dos fornecedores afirmando, que o dinheiro das parcelas feito por Séfora não tinha caído nas contas. Preocupada a gestora foi ao Bradesco e o gerente puxou os extratos e descobriu que Séfora estava usando de má fé e desviando dinheiro das contas da escola pra sua conta particular, sem nossa autorização. Certa disso, Luzia me comunicou, já que estou aposentado e afastado, imediatamente fomos a Quarta Região de Ensino em Cuité, comunicamos o ocorrido, viemos por Picuí, fomos na delegacia fazer o B.O relatando tudo o que aconteceu, e estamos aguardando os interrogatórios, para esclarecer os fatos reais e quem realmente vai responder por sua desonestidade e culpa.

Não se aproveitem da situação que ainda tá em processo de investigação, pra limpar-se de suas sujeiras e incompetência administrativa com o Município, acusando sem provas concretas e na incerteza do que está relatando e antecipando o final do desenrolar do fato acontecido que ainda está caminhando, para acusar A ou B, já que, a justiça ainda está apurando tudo e nada de concreto perante o processo foi esclarecido sobre quem foi culpado ou não.

Só digo uma coisa com toda certeza: você que tá aí querendo aparecer e dando uma de direito de mais, saiba que, você bem queria ter vergonha na cara e ser honesto e direito o quanto eu sou. Cuidado com o que se diz sem ter como provar a veracidade da acusação que é postado em Facebook nas redes sociais. Estou de cabeça quente igual um picolé”, disse

Entenda o caso

 

Luzia Helena em entrevista a Anderson Eliziário Foto: Nayanne Vasconcelos

A diretora da Escola Estadual Graciliano Fontini Lordão, em Pedra Lavrada, Luzia Helena Dantas, em entrevista a REDE SERIDÓ PARAÍBA confirmou, na manhã da última quinta-feira (21), que a escola teve recursos destinados à merenda escolar dos alunos desviados pela coordenadora administrativa financeira da instituição de ensino estadual.

A Rede Seridó Paraíba, Luzia Helena afirmou que a escola é administrada por um conselho escolar ativo denominado “Trio Gestor”, que é formado por: Gestor, Coordenador Administrativo Financeiro (CAF), Coordenador Pedagógico (CA) e os Coordenadores de áreas, além do presidente do conselho escolar.

Segundo Luzia, para ter acesso aos programas de transferência de recursos o gestor e o presidente do conselho possuem uma chave de acesso e que a coordenadora administrativa financeira era quem estava responsável por realizar todas as transações financeiras da escola.

“São duas chaves J. A chave J do diretor e a chave J do presidente do conselho, porque quando você esta fazendo as transferências ai valida com a chave J do gestor e a do presidente do conselho, mas o coordenador financeiro tinha todo o acesso às duas chaves”, disse.

Luzia sustenta que só descobriu os desvios das verbas da merenda após receber uma cobrança de um dos fornecedores da merenda da escola. E que quando não conseguiu baixar os extratos bancários da escola, procurou a unidade do Bradesco expresso, em Pedra Lavrada, para ter acesso ao histórico bancário, foi então que se confirmaram os desvios financeiros.

“O fornecedor me mandou uma mensagem cobrando um repasse do recurso da merenda que não tinha sido feito. Quando a gente foi abrir o gerenciador para tirar os extratos para saber o que estava acontecendo, o gerenciador estava travado e a gente não conseguiu abrir”, disse.

Luzia garante que os extratos bancários da escola mostram que foram realizadas seis transferências dos recursos da escola para a conta privada da coordenadora administrativa financeira Séfora Maria Porto de Sousa que totalizaram R$ 8.706,86.

As transferências aconteceram na seguinte ordem:

• 31/07/2019 – 2.000,00
• 02/08/2019 – 1.000,00
• 27/09/2019 – 1.200,00
• 22/10/2019 – 2.000,00
• 23/10 /2019– 996,86
• 30/10/2019 – 1.510,00

Total = R$ 8.706,86

Luzia pontua que a coordenadora administrativa financeira também era a vice-diretora do Graciliano Fontini Lordão e que seu maior erro foi ter confiado demais, por isso, hoje se sente traída.

“Eu tinha confiança nela. Confiava e perguntava: Você já fez as transferências ? ela respondia que sim, ai sempre me dizia que tinha diminuído o recurso do almoço, mas essa diminuição era, justamente, o que ela transferia para a conta dela. O meu erro foi confiar demais, porque eu nunca tive problemas nesses nove anos de gestão escolar. Eu me senti traída, muito traída. Eu dei toda confiança e ela usou de má fé. Ela não pensou na escola, ela não pensou que tirou da boca dos estudantes […] Eu espero que seja feita justiça”, disse.

Luzia finalizou afirmou que a 4ª Gerência Regional de Ensino já afastou a CAF da escola Graciliano e que um novo CAF deve ser designado, ainda este ano, para instituição de ensino. A diretora ressaltou que um Boletim de Ocorrência foi feito na delegacia do município de Picuí para que as providências judiciais sejam tomadas na esperança que todo o recurso desviado seja devolvido para os alunos.

Anderson Eliziário – Rede Seridó Paraíba

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