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Kennedy Alencar - Foto: Divulgação

Até estudo da Lava Jato vê interferência política de Moro no grampo Lula-Dilma

Reportagem da “Folha de S.Paulo” e do “The Intercept Brasil” revelou no domingo que o então juiz Sergio Moro quebrou o padrão da própria Lava Jato ao divulgar em março de 2016 uma escuta telefônica de conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.

Com aquela atitude, Moro fez uma intervenção indevida no processo político. Agiu ilegalmente, segundo opiniões dadas por Rodrigo Janot e Ricardo Lewandowski ao documentário “Brasil em Transe”, produzido para a BBC World News. O ex-procurador-geral da República e o ministro do STF não demonstraram dúvida de que Moro quebrou a lei.

Um levantamento da própria equipe da Lava Jato, pedido à época com a intenção de ajudar a validar a decisão de Moro, chegou à conclusão de que ele descumprira um padrão da própria Operação Lava Jato.

Curiosamente, há paralelo entre o que Moro fez em março de 2016, bombardeando a ida de Lula para a Casa Civil e ajudando a viabilizar o impeachment de Dilma, com a defesa que o ministro da Justiça faz hoje da federalização do caso Marielle.

Antes, Moro agiu parcialmente como juiz. Agora, o ministro da Justiça atua como advogado de defesa do presidente Jair Bolsonaro e de sua família. Ele quer federalizar o caso Marielle para tirar o filho Carlos Bolsonaro do foco de investigação da Polícia Civil do Rio. Isso é uma interferência indevida.

Moro é hoje a figura mais perigosa para a democracia brasileira. Se como juiz foi capaz de agir como agiu, imagine como político que tem o poder do Ministério da Justiça à sua disposição.

Por Kennedy Alencar

 

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